Um pouco da nossa historia de vida

Caro amigo e irmão, Paz e Bem!
Somos os Frades Menores Conventuais(OFMConv.) e nossa presença no mundo se destaca pela alegria que temos de viver em comunidade(conventos), a serviço dos homens, num espírito de pobreza e humildade, a exemplo de São Francisco de Assis.
São Francisco é o nosso modelo espiritual. Ele foi um jovem inquieto, que não se cansou de buscar o sentido de sua vida. A resposta à pergunta “Senhor, que queres que eu faça?” fez guiar a sua vida. Tanto buscou que acabou encontrando como nenhum outro o caminho da pobreza, da fraternidade, da entrega incondicional, num mundo e numa Igreja que havia se distanciado do Evangelho e estavam calcando como os pés a mensagem do Mestre. São Francisco se fez tão pequeno e humilde que Deus o exaltou, premiando-o com numerosos irmãos, desejosos de levar a vida como ele.
Somos da Ordem Primeira fundada por São Francisco, que se divide em três ramos: o nosso, Frades Menores Conventuais(OFMConv.), os Frades Menores da União Leonina(OFM) e os Frades Menores Capuchinhos(OFMCap.). Há ainda a Ordem Segunda, das Irmãs Clarissas(OSC); e a Ordem Terceira Secular(OFS), para leigos casados e solteiros. Nós, os Frades Menores Conventuais, temos o carisma da vida comunitária conventual. Tudo se constrói com mais facilidade quando há corações e braços fortes unidos num mesmo ideal, não é verdade? Um projeto de vida se faz mais atuante quando existe solidariedade entre irmãos.
Nós, frades da Província São Maximiliano Kolbe estamos presentes em Brasília(DF), Ceilândia(DF), Santa Maria DF , Cidade Ocidental(GO), , Niquelândia(GO), Novo Gama(GO), Valparaízo(GO), Candeias (BA), Feira de Santana (BA), João Pessoa (PB) e Águas Lindas do Goiás (GO) e Juruá (AM)
Como os frades são formados?
Você que deseja abraçar o nosso estilo de vida, deve ter segundo grau completo ou curso superior. Durante o ano, corresponderemo-nos para um conhecimento mais concreto a respeito da nossa Ordem. Você poderá ser chamado a participar de encontros vocacionais realizados em nossa Província de São Maximiliano Maria Kolbe ou realizar o acompanhamento vocacional por correspondência, ou outros meios.
Se esse for realmente o seu ideal, você será admitido para fazer um ano de experiência comunitária conosco. Esta experiência é chamada Aspirantado, na Casa de Formação São Maximiliano Maria Kolbe, no Jardim da Imaculada (Cidade Ocidental – GO), durante o qual deverá meditar bastante e descobrir a sua vocação. Viverá uma vida de oração, trabalho, estudo e lazer.
Terminada a fase de experiência, você será admitido ao Postulantado, onde iniciará os estudos filosóficos, por três anos,morando no nosso Seminário Santa Maria dos Anjos em Santa Maria (DF) e estudando na nossa faculdade São Boaventura, aqui mesmo em Brasília. Depois deste três anos de estudos acadêmicos você será admitido ao Noviciado, onde você conhecerá mais profundamente o carisma franciscano e, ao término de um ano, emitirá os seus primeiros votos religiosos como franciscano.
Feitos os votos, o já religioso consagrado ingressa no período de formação denominado Pós-Noviciado no Seminário Maior São Francisco de Assis (Brasília – DF) e iniciam os estudos acadêmicos de teologia, também na nossa faculdade São Boaventura.
Dentro desta caminhada, alguns escolhem a vocação de irmão religioso. Ele é igualmente religioso franciscano como o sacerdote, tem os mesmos direitos e deveres na vida religiosa, menos aqueles que provêm da ordenação sacerdotal. O Frei Irmão Religioso, estuda filosofia, teologia e se quiser pode fazer outro curso que ajude a nossa fraternidade. Seria também desejável que possuísse alguma profissão que pudesse ser útil tanto para a comunidade do convento, como para alguma forma de apostolado.
Vem eu te chamo! Vai eu te envio!
Caro amigo e irmão, talvez tenha chegado o seu momento!!! Venha ser um Frade Franciscano Conventual. Entre em contato conosco :Frades Franciscanos Conventuais SGAN 915, Módulo ABC (partes)70790-150 BRASÍLIA - DFTel: (061) 3340-0476 e-mail: franciscanvoc@ofmconv.org.br/ ou http://www.franciscano.org.br/ (link da PV)
Equipe Vocacional Franciscana Conventual – Brasília-DF

Vocação Franciscana Conventual

A vocação à vida religiosa franciscana é um modo especial de seguir Jesus Cristo nas pegadas de São Francisco de Assis. Para entendermos melhor este modo de seguir Jesus Cristo, vamos antes conhecer um pouco sobre quem foi Francisco de Assis e seu tempo. Espero que este texto provoque no seu coração a mesma inquietação que provocou em São Francisco de Assis e o torne cada vez mais fortalecido na sua vocação.
2.1. A cidade de Assis no tempo de Francisco
Assis é uma cidade situada no centro da Itália. Francisco viveu entre 1182-1226. Portanto estamos falando de um período da história chamado: Idade Média. Foi um tempo muito difícil para a Igreja e para o povo. Por esta época estava em transição o sistema feudal para as chamadas comunas (cidade). No sistema feudal quem mandava era o senhor feudal, dono de todo o feudo, ele morava num castelo bem protegido. Todos aqueles que moravam em suas propriedades, geralmente os camponeses que cultivavam a terra, juravam "vassalagem" ao senhor feudal, ou seja, quando houvesse guerra, eles eram obrigados a defenderem os seus senhores. No tempo em que viveu Francisco este sistema estava acabando e começava a surgir as "cidades". O povo, aos poucos deixou os campos e foi para as cidades formando os burgos onde se dedicava a outros afazeres como artesanatos, comércio, etc.. Aos poucos as cidades foram se tornando tão fortes que começaram a se expandir. E aí então vieram as guerras. Primeiro contra os senhores feudais e depois entre cidades e cidades. Formou-se na cidade uma nova classe social, a "burguesia" integrada pelos artesãos vendedores e os grandes comerciantes. Estes últimos, os comerciantes, alcançaram uma grande prosperidade econômica e por fins do século XII competiam com a nobreza em luxo e cultura.
Assis ainda hoje é conservada com suas características medievais. Ela está construída nas encostas do monte Subásio. Localiza-se no centro da Itália, na região chamada Úmbria. Era uma cidade rica em tradições de nobres cavaleiros.
2.2. Conversão de Francisco e os primeiros frades
Francisco nasceu provavelmente em setembro de 1182 na cidade de Assis, Itália. Ele veio a morrer nesta mesma cidade ao entardecer do dia 3 de outubro de 1226. Sua vida durou 44 anos. Era filho de Pedro Bernardone.
Jovem, Francisco viveu toda a transformação pela qual passou sua cidade e seu tempo. A instituição das "comunas", a queda do sistema feudal, as guerras, o surgimento da burguesia, etc. Alguns fatores do seu tempo irão marcar profundamente a sua vida e seu caráter. Ele não era um jovem diferente dos outros que havia em Assis. Gostavam de festas, bebidas, diversões, etc. tinha um grande desejo: o de se tornar um grande cavaleiro. Então foi para a guerra e tendo sido preso, Deus revelou a ele um outro caminho, um outro modo de ser grande: seguir Jesus Cristo.
Francisco ao ser libertado, voltou para Assis e iniciou uma caminhada totalmente voltada para Deus. Deixou tudo que possuía: dinheiro, casa, família, prestígios, etc., e foi seguir o Senhor que lhe chamava. Passou a viver em pobreza absoluta, a ponto de ser considerado por todo um louco. Mas alguns jovens perceberam que ali havia algo de diferente e de muito grande. Então se desfizeram de tudo o que possuíam e também foram seguir Jesus Cristo, a modo de Francisco. O primeiro deles foi Bernardo, depois Pedro Catani, Egídio, e muitos outros. Então foi preciso escrever uma regra de vida, para que todos pudessem seguir o Evangelho sem o perigo de errarem. Após escrevê-la, Francisco foi à Roma e o papa aprovou o seu estilo de vida, oficializando assim a Ordem dos Frades Menores.
No fim de sua vida, Francisco ficou muito doente. Morreu no dia 3 de outubro de 1226. Pouco antes de morrer disse aos frades: "eu fiz a minha parte, que o Cristo vos ensine a fazer a vossa".
2.3. O modo de vida Franciscana
Quem são os Franciscanos?

Os Franciscanos são pessoas que fizeram uma opção: deixar que Deus realize em suas vidas o seu plano de amor, e buscar viver o Evangelho como Francisco viveu.
A vida Religiosa Franciscana caracteriza-se por alguns aspectos particulares:
A vida de Fraternidade
• Frater vem do latim e significa irmão. O frade é aquele que busca viver em comunidade, formando uma família, sendo irmão de todos. Francisco viveu uma intensa relação de fraternidade com Cristo, o que fez dele um dom para os seus irmãos. E ele recomenda aos frades: "E sejam irmãos entre si".
A vida de Pobreza
• Francisco deixou tudo, riquezas, prestígios e até a própria família para seguir Jesus Cristo pobre. O Franciscano caracteriza-se pela sua doação total a Deus, desfazendo-se de tudo aquilo que possa distanciá-lo do seu Senhor. Sem nada de próprio, o frade é aquele que só tem uma tarefa: ser dom gratuito de Deus aos irmãos.
A vida de Obediência
• Deixando tudo, Francisco só quis saber de uma coisa: cumprir a vontade de Deus. E isto se deu imitando Cristo obediente. O frade Franciscano é aquele que renúncia todas as vontades pessoais, todos os seus quereres, e passa a querer somente uma única coisa: fazer a vontade de Deus.
A vida de Castidade
• São Francisco renunciou todas as paixões deste mundo para viver somente para uma paixão: Jesus Cristo. O Franciscano renuncia as paixões humanas para que, imitando Jesus Cristo, ele esteja inteiramente a serviço de seu Reino.
A vida de Minoridade
• Francisco quis viver entre os pobres, por isso se fez menor. O Franciscano é aquele que quer ser como Francisco, um menor entre os menores. Através de suas atitudes, o frade busca ser pequeno. O Frade Menor é um homem que procura estar junto aos menores e pobres e compromete-se com eles e com a promoção da justiça social.
A Vida de Oração
• São Francisco buscou viver uma intensa experiência de oração. Estava sempre em diálogo com Deus. O Frade Franciscano é aquele que procura estar sempre em comunhão e em diálogo com Deus contemplando as coisas do alto e tendo uma profunda vivência de oração. Isso, não somente na capela ou nos momentos de oração pessoal e comunitária, mas a cada dia, durante todo o dia.
Quem entra na vida Religiosa Franciscana não tem como objetivo primeiro ser sacerdote, ser padre. Tem, em primeiro lugar, a vontade de ser franciscano, de ser irmão, de ser frade. O ideal de vida dos Franciscanos é o mesmo para todos: seguir Jesus Cristo ao modo de Francisco de Assis. O que todos têm de comum é a consagração religiosa, de serviço a Deus e aos irmãos. Por isso, dentro da fraternidade não deve haver discriminação se este é padre e aquele irmão, pois antes de ser padre o franciscano tem como primeiro objetivo e compromisso ser irmão. Eles devem se ajudar mutuamente, animando-se nas dificuldades e convivendo fraternalmente. Os Franciscanos, no serviço à Igreja e as comunidades cristãs, prestam diferentes formas de serviços: trabalhando com o povo, catequizando, assistindo aos doentes, em movimentos populares, servindo nos trabalhos internos de sua comunidade religiosa, etc. Se o Franciscano assume o sacerdócio, ele também serve à Igreja na pregação, na administração dos sacramentos e no acompanhamento das comunidades cristãs em uma determinada diocese.
2.4. A família Franciscana
São Francisco fundou três Ordens religiosas:

1. Primeira Ordem, dos Frades
2. Segunda Ordem, das Clarissas
3. Terceira Ordem, os Leigos engajados - OFS
A Primeira Ordem, a dos frades, por sua vez dividiu-se em três grandes famílias: a Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFM Conv), a Ordem dos Frades Menores Observantes (OFM Obs.), que mais tarde passam a chamarem-se apenas Frades Menores, ou popularmente Franciscanos, e a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFM Cap). Os três ramos juntos formam a grande família dos Frades Menores).
A Segunda Ordem, a das Damas Pobres ou Clarissas (OSC), por sua vez também dividiu-se em outros ramos. Mas na essência todas seguem o espírito de Santa Clara de Assis. Assim temos as Clarissas de diversos ramos e as Concepcionistas que também são Clarissas.
Apenas a terceira Ordem, a dos leigos engajados, não se dividiu. Eles continuaram desde sempre formando uma única ordem, a Ordem Franciscana Secular (OFS).
2.4.1. Quem são os Frades Menores Conventuais?
Os Franciscanos Conventuais, são a Ordem fundada por São Francisco de Assis em 1209, com o nome de Frades Menores. Com o tempo surgiram algumas divisões, que buscavam ser mais fiéis ao espírito originário. Destas divisões ficaram dois grandes ramos: os Conventuais e os Observantes. Os OFM Cap. surgiram mais tarde devido a outras divisões ocorridas.
Da riqueza e do carisma de São Francisco, começou a nascer uma das mais bem sucedidas formas concretas de viver o espírito franciscano, a conventualidade. No início eram chamados de Frades da Comunidade. Os frades viviam em conventos inseridos nas cidades e se dedicavam aos estudos, aos trabalhos apostólicos em igrejas chamadas conventuais e valorizavam intensamente a vida de fraternidade, característica da Ordem. Deste estilo de viver o franciscanismo é que surgiram os grandes conventos e as artísticas basílicas, como por exemplo: as de Santo Antônio de Pádua e de São Francisco de Assis, entre muitas outras.
Alguns frades não queriam viver em lugares fixos e defendiam a itinerância - franciscana. Estes logo se separaram dos Frades da Comunidade, formando um outro estilo de viver o carisma franciscano. Porém com o passar dos tempos, também foram assumindo lugares fixos, e hoje todos possuem grandes conventos e belíssimas igrejas, como por exemplo aqui no Brasil o convento e igreja de São Francisco, no Largo de São Francisco, em São Paulo, e o convento e igreja de Santo Antonio, no Rio de Janeiro, entre muitos outros.
Ser Franciscano Conventual é assumir o desafio de viver em comunidade, sendo irmão de todos os frades, buscando viver a fraternidade. Ter como compromisso a promoção da vida, num engajamento total com a causa dos mais necessitados.
2.4.2. O irmão Religioso e o Sacerdote
Como já falamos acima, o objetivo primeiro de quem quer ser Franciscano é de ser irmão. Porém, dentro da Ordem, o candidato pode escolher ficar como irmão religioso franciscano ou como religioso franciscano também sacerdote.
2.4.2.1. O irmão Religioso Franciscano
Ser religioso não implica necessariamente ser padre. A finalidade da vida religiosa como já vimos e a imitação de Jesus Cristo pela vivência dos votos. A vida religiosa franciscana é uma forma de o cristão se consagrar a Deus. O Irmão Religioso Franciscano é aquele que assumiu viver o Evangelho de Cristo nas pegadas de São Francisco, mas não como sacerdote. O campo de trabalho do irmão é muito vasto e há muitas possibilidades de atuação apostólica na Igreja. Os franciscanos têm diversas formas de atuação que não a paroquial. É um carisma dinâmico que permite as mais diversas atividades como modo ser servir ao Povo de Deus.
2.4.2.2. O Religioso Franciscano Sacerdote
Mais uma vez dizemos que ser padre não é o essencial da vida religiosa. O sacerdócio é assumido pelo religioso como forma de serviço à Igreja. O padre possui algumas funções que somente ele pode executar como por exemplo a administração dos sacramentos da confissão, da unção dos enfermos, a celebração da Santa Missa, a administração de uma comunidade paroquial, etc. Embora hoje, algumas de suas funções já podem ser assumidas por ministros leigos, o que também dá a oportunidade de o irmão atuar numa comunidade paroquial. O Religioso Franciscano Sacerdote deve se caracterizar por um jeito todo próprio do franciscano atuar no meio do povo, da Igreja.
2.4.3. O Carisma Franciscano
Viver a vida do Santo Evangelho, foi o carisma particular revelado pelo Senhor a Francisco de Assis, que durante toda a sua vida de penitência buscava familiaridade com Jesus através do Evangelho. Nele encontrou a própria pessoa de Deus-Homem.
A humildade da encarnação ensinou-lhe a grandeza do amor do Deus-Homem, que se dignou a tornar-se um de nós e quis colocar-se na condição dos mais pobres entre os pobres.
A imitação do pobre e humilde Senhor por parte de Francisco e descrita e sintetizada no próprio nome dado a Francisco a seus seguidores: "Frades Menores" chamados a serem tais no seu relacionamento com Deus, com os homens com o mundo e consigo mesmos. Que o Senhor te dê a paz!

Pastoral Vocacional Franciscana
Franciscanos Conventuais
Brasília-DF

Cronologia da Vida de São Francisco de Assis

Caro Vocacionado, para compreender melhor a espiritualidade franciscana, primeiramente devemos percorrer alguns dados históricos da vida de São Francisco de Assis.

1181/82: Nasce em Assis. Batizado com o nome de Giovanni di Pietro (pai) di Bernardone (avô). Mudado para Francisco.
1202: Guerra entre Perúsia e Assis. Assis vencida em Collestrada. Francisco, com 20 anos, passa um ano preso em Perúsia. Resgatado pelo pai, devido à doença. Nesse tempo parece que a família de Clara está refugiada em Perúsia; ela com 8/9 anos de idade.
1204: Longa doença.
1204/05: Parte para a guerra da Apúlia, no sul. Volta após visão e mensagem de Espoleto. Começo da conversão gradual. Em junho de 1205 morre o guerreiro Gautier de Brienne, chefe das expedições no Sul.
1205: Mensagem do crucifixo de São Damião. Conflito com o pai.
1206: Janeiro-fevereiro: questão perante o bispo Dom Guido II.
Março-junho: em Gúbio, perto de Assis, cuida dos leprosos.
Provavelmente em julho: volta a Assis. Veste-se de eremita e começa a reparação da capela de São Damião.
1208: Trabalha na reparação de São Damião, São Pedro e Santa Maria dos Anjos ou Porciúncula.
1208: 24 de fevereiro: ouve o Evangelho da missa de São Matias, na Porciúncula, sobre a missão apostólica. Muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante, descalço. Início da pregação apostólica. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, apostólica, de presença.
16 de abril: recebem em sua companhia os irmãos Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani. No dia 23, recebe o irmão Egídio na Porciúncula.
Março-junho: a primeira missão. Francisco e Egídio vão à marca de Ancona no litoral Adriático. Recebe mais três companheiros, inclusive Filipe (Longo).
Em setembro e março: segunda missão. Os sete vão a Poggiosbustone no vale de Rieti. Depois de ter-se certificado do perdão dos pecados e do futuro crescimento da Ordem, Francisco envia os seis, e mais um que lhes agregara, para a terceira missão, dois a dois. Bernardo e Egídio vão à Florença.
1209: Os oito voltam à Porciúncula. Ajuntam-se-lhes outros quatro.
Março-junho: Francisco escreve breve Regra e vai a Roma com os onze. Obtém a aprovação do Papa Inocêncio III, só oralmente. Seria esta a primeira Regra, perdida.
1209 ou 1210: Os frades mudam-se para a Porciúncula, depois que um camponês toma o rancho para estábulo de seu burro.
Possível começo da Ordem Terceira Secular. A Porciúncula era dos beneditinos cluniacenses que a emprestaram a Francisco. Torna-se o berço da nova Ordem.
1211: Junho-setembro: Francisco vai à Damácia e retorna.
1212: Março: na noite do domingo de Ramos, a nobre jovem Clara di Favarone foge de casa e é recebida na Porciúncula. Talvez em maio fica alguns dias no mosteiro de São Paulo e algumas semanas no mosteiro beneditino de Panzo (perto de Assis) e por fim recolhe-se a São Damião, onde fica até a sua morte, em 1253. Segue-a a irmã Inês, 16 dias depois.
1213 ou 1214/15: Francisco pretende ir em missão a Marrocos, entre os muçulmanos, mas chega apenas à Espanha, onde adoece gravemente, retornando logo à Itália. Tomás de Celano "agradece a Deus esta doença", porque com a volta de Francisco, é recebido na Ordem.
1216: Junho-setembro: Francisco obtém do sucessor de Inocëncio III, o Papa Honório III, em Perúsia, a indulgência da Porciúncula.
1217: 5 de maio: capítulo geral de Pentecostes na Porciúncula. Primeira missão para além dos Alpes e ultramarina. Instituição de províncias. Frei Egídio vai para Túnis. Frei Elias para a Síria. Francisco pretende viajar para a França, mas o Cardeal Hugolino, legado papal na Toscana, encontra-o em Florença e o convence a permanecer na Itália.
1219: 26 de maio: capítulo geral de Pentecostes. Grandes missões no exterior: Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos, França. Em junho, Francisco vai de navio de Ancona para o Oriente, a exemplo dos outros.
Os que vão à França, interrogados se são albigenses, respondem afirmativamente, não sabendo que albigenses são denominados os hereges cátaros (puros) do Sul da França. O bispo de Paris e lentes da Universidade, examinando a sua Regra, constatam que a mesma é católica e evangélica. Dirigem-se, porém, ao Papa, pedindo informações. Este declara-os católicos e com Regra aprovada pela Santa Sé.
Para a Alemanha viajam cerca de 60. Do alemão conhecem apenas a palavra "Ya" (Ja) - sim. Perguntados se querem comida ou hospedagem, respondem: "Ya". Perguntados se são hereges lombardos (pobres da Lombardia = Valdenses) e se vêm espalhar seus erros, também respondem: "Ya".
Presos, surrados, despidos, ridicularizados, sofrem como cães. Vendo que não podem produzir frutos na Alemanha, voltam para a Itália. Começam daí por diante a julgar tão cruel a Alemanha que só pelo desejo do martírio voltariam outra vez para lá.
Pensando que querem sua roupa, dão-lhes as túnicas exteriores. Depois as vestes internas... Acabam voltando para a Itália.
Os que vão para Marrocos, são martirizados e depois canonizados como os promártires franciscanos (Beraldo, Pedro, Acúrsio, Adjuto, Otão: 1220). Movido por esse fato, Santo Antônio, então cônego regular de Coimbra com o nome de Fernando, pede ingresso na Ordem Franciscana.
1219: Setembro-dezembro: Francisco vai ao acampamento do Sultão do Egito, Melek-el-Kamel (1218-38), e tem "entrevista" com ele. A 5 de novembro, o exército dos cruzados toma Damieta, perto de Alexandria, no Egito. Francisco tem pouco resultado junto ao Sultão. Escreve o cronista que, ao chegar, é maltratado. Ignorando a língua dos turcos, apenas diz: "Soldan, Soldan". Então é levado à sua presença e depois reconduzido por homens amados para junto dos exércitos que cercam Damieta.
1220: Francisco viaja para São João D´Acre (Accon), onde há uma fortaleza dos cruzados, e vai à Terra Santa. Na sua ausência, Francisco deixa dois "vigários", que, porém, começam a introduzir novidades na Ordem, instituindo novos dias de jejum e abstinência, além dos já marcados. Um frade, encarregado das clarissas, pede privilégios ao Papa em favor delas, contra a vontade do santo, que prefere "vencer pela humildade mais que pelo poder da lei". Outro, subtraindo-se à Ordem, pretende fundar uma nova Ordem, para leprosos de ambos os sexos.
1220: Março-setembro: alarmado pelas notícias que um frade leva ao Oriente, retorna à Itália, desembarcando em Veneza. Nessa ocasião, o Cardeal Hugolino é nomeado protetor da Ordem.
1220: Francisco entrega o governo da Ordem a Frei Pedro Cattani, como seu vigário.
1221: Março: morre Frei Pedro Cattani.
Maio: capítulo geral de Pentecostes. Frei Elias de Cortona é eleito vigário em substituição ao falecido. Francisco apresenta a segunda Regra (não bulada ou não aprovada por bula papal), que Frei Cesário de Espira, versado em Sagrada Escritura, adornou com muitos textos bíblicos.
Aprovada a Regra da Ordem Terceira Secular pelo papa Honório II.
1221/1222: Francisco faz uma viagem de pregação ao Sul da Itália.
1222: 15 de agosto: Festa de Assunção. Francisco prega em Bolonha (sede de estudos jurídicos). Suas palavras visam mais "extinguir inimizades e reformar os pactos de paz", conforme relata um ouvinte. "Muitas facções de nobres, entre os quais existia velha inimizade, com derramamento de sangue, foram levadas a pacificação".

1223: Fonte Colombo, Francisco redige a 3ª Regra, que é discutida no capítulo geral de junho. A discussão continua em Roma, e em outubro Francisco se dirige ao Papa para pedir a aprovação.
29 de novembro: Honório III aprova, com bula papal, a Regra definitiva, ainda hoje em vigor. O texto original conserva-se como relíquia no Sacro Convento de Assis. Provavelmente houve colaboração dos frades e do representante da Santa Sé.
24/25 de dezembro: na noite de Natal, Francisco celebra a festa em Greccio, junto a um presépio.
1224: 2 de junho: segue uma missão de frades para a Inglaterra. Bem sucedida.
Em fim de julho ou início de agosto, o vigário da Ordem, Frei Elias é advertido (sonho, ou visão?), que Francisco terá ainda dois anos de vida.
15 de agosto a 29 de setembro: Francisco, com Frei Leão e Frei Rufino, passa no Alverne, preparando-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo.
Em setembro, tem a visão do Serafim alado e recebe os estigmas.
Em outubro ou início de novembro, Francisco retorna à Porciúncula, via Borgo Santo Sepulcro, Monte Casele e Cidade de Castello.
1224: ou 1225 dezembro-fevereiro: cavalgando um jumento, Francisco faz um giro de pregações pela Úmbria e Marcas (Ancona).
1225: Março: visita Clara em São Damião. suas vistas pioram muito, então. Ele pretende ficar ali numa cela, ou na casa do capelão, mas, cedendo aos pedidos do vigário da Ordem, Frei Elias, consente em receber tratamento médico: a estação é muito fria, e o tratamento é transferido.
Abril ou maio: ainda em São Damião, Francisco recebe tratamento, mas não melhora. Recebe a promessa da vida eterna. Depois de uma noite dolorosa, atormentado pela dor e por ratos, compõe o Cântico do Irmão Sol. Junto a Santa Clara.
Junho: acrescenta uma estrofe ao Cântico do Irmão Sol, comemorando a reconciliação entre o bispo e o podestá de Assis.
Inícios de julho: acolhido em Rieti pelo Cardeal Hugolino e pela corte papal para submeter-se ao tratamento dos médicos da corte pontifícia. Vai a Fonte Colombo para tratamento, sob insistência do Cardeal Hugolino, mas o difere, devido à ausência do Frei Elias.
Julho ou agosto: em Fonte Colombo, o médico cauteriza as têmporas de Francisco, mas com pouco resultado.
Setembro: Francisco vai a S. Fabiano, perto de Rieti (Floresta), para ser tratado por outro médico, que opera sua vista. Restaura então a vinha do pobre, danificada por visitantes de Francisco.
1226: Francisco vive ora em Rieti, ora em Fonte Colombo.
Abril: vai a Sena para outro tratamento.
Maio ou junho: volta à Porciúncula, via Cortona.
Julho-agosto: no calor do verão é levado para Bagnara, nas colinas perto de Nocera.

Fim de agosto ou início de setembro: piorando de saúde, é levado, via Nottiano, para o palácio do bispo de Assis. D. Guido acha-se ausente, em peregrinação ao Santuário de São Miguel, cuja festa se celebra no dia 29, no monte Gargano.
Sentindo iminente a morte, pede para ser levado para a Porciúncula. Chegado à planície, lança sua bênção sobre Assis. Nos últimos dias de vida, dita o Testamento, autotestemunho de incalculável valor para a vida e os propósitos de homem tão singular.
Com a proximidade da morte, pede que o deitem nu no chão. Depois aceita emprestado o hábito que o guardião lhe dá. Faz ler o Evangelho da Última Ceia e abençoa os filhos seus, presentes e futuros.
1226: 3 de outubro, à tarde: Francisco cantando "mortem suscepit" (morreu cantando). No domingo seguinte, 4 de outubro, é sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis, mas o cortejo fúnebre passa antes pelo mosteiro de São Damião, para a despedida de Clara.
1228: 16 de julho: Francisco é canonizado. Relíquias trasladadas para a nova basílica, em construção, em 25 de maio de 1230.

Pastoral Vocacional Franciscana
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